Grupo de Reflexão e Intervenção - Diáspora Portuguesa na Alemanha
Grupo de Reflexão e Intervenção -Diáspora Portuguesa na Alemanha

MEMORANDO SOBRE A COMUNIDADE PORTUGUESA NA ALEMANHA

INTRODUÇÃO

 

As comemorações dos 50 anos de Emigração oficial de mão-de-obra portuguesa para a
Alemanha, iniciada em 1964, realizadas em Colónia no dia 13.09.2014 em memória do
milionésimo “Gastarbeiter” – o português Armando Rodrigues de Sá – foram uma digna e
histórica iniciativa da Comunidade para a Comunidade portuguesa.
Largamente documentadas, também pela imprensa alemã e portuguesa, elas marcaram uma
viragem histórica no modo de apreciar a nossa Comunidade no seu passado e despertaram o
desejo de olhar e organizar de modo diferente o seu futuro, em ordem a lhe dar a visibilidade
que ela merece.
Foi assim que o GRI-DPA – uma iniciativa de cidadãos portugueses, conhecidos e
conhecedores da Comunidade – decidiu assumir essa tarefa.

 

ANÁLISE INICIAL

 

Desde o início da Emigração oficial portuguesa para a Alemanha em 1964, a comunidade
portuguesa – hoje estimada pela Repartição federal de Estatísticas em ca. de 130.000 pessoas
– tornou-se cada vez mais heterogênea, mas sem nunca ter perdido sua especial característica:
“integrada, mas silenciosa” e isoladamente bairrista, como nos caracterizam.
Se no início os emigrantes portugueses eram sobretudo “mão-de-obra” barata, de reduzida
educação escolar e profissional, registamos hoje a presença de um elevado número de novos
emigrantes, jovens, formados profissional e intelectualmente, isolados e ainda pouco
integrados.

 

Os mais velhos evoluíram para uma situação de Regressados e de Reformados, de Integrados
e de Permanentes nesta sociedade. Os seus filhos e netos são em grande parte já cidadãos
alemães, devido à nova lei da nacionalidade, mas possuidores também da nacionalidade
portuguesa. Embora mais integrados, nem por isso se tornaram mais “públicos”. Todos estes
“grupos” têm os seus problemas e capacidades específicas, que não descrevemos agora neste
momento.

 

Ao contrário da comunidade turca – a mais numerosa, que se encontra extremamente visível a
nível de cargos públicos (Ministros federais, estaduais, locais e regionais, para além de uma
enorme visibilidade nas política local, nos partidos, em profissões livres, sectores culturais,
imprensa, etc.) – a portuguesa não possui praticamente nenhum elemento que seja apontado
como “a cara portuguesa” na sociedade alemã. Embora haja honrosas excepções – mas
“bairristas” – a nível local e regional, quer na política, que na indústria, como na ciência e na
cultura ou arte, pouco são conhecidas a nível federal.

 

Sublinhamos no entanto que, nem a comunidade portuguesa em si, nem as autoridades e
estruturas oficiais portuguesas, presentes na Alemanha, se interessaram até agora, de forma
séria e continuadamente, em dar essa visibilidade e em oferecer esse necessário apoio àqueles
e àquelas que poderiam ser exemplo de empenho, de vitalidade e um exemplo da nossa
Comunidade, na sociedade alemã. Continuamos a viver isolada e silenciosamente, cada um no
seu “bairro”.

 

As anteriores, e em parte até eficientemente activas “colunas de suporte” da nossa
Comunidade – Centros, Associações, Missões Católicas, Caritas, mas também estruturas
diplomáticas e consulares, bem como esferas culturais, sociais, ensino, etc. – entraram em
derrocada lenta, retrocederam substancialmente, perderam sua influência, ou simplesmente
desapareceram.

 

Isso quebrou substancialmente o suporte, o sustento, o entusiasmo e o alento que existiam em
alguns sectores da nossa comunidade e piorou a esperança e a crença numa mudança para
melhor, sobretudo o desejo e a necessidade urgentes de “elevar” o nível social e cultural da
nossa Comunidade, de lhe dar visibilidade e de criar as bases estruturais para conseguir o
respeito que ela entretanto merece.

 

O facto de a Comunidade Portuguesa na Alemanha ser numericamente reduzida,
territorialmente dispersa e também cada vez mais heterogénea, não facilita essa mudança.
Faltam-nos espaços de encontro, de diálogo e de iniciativa. Tentativas recentes de criar um
espaço de diálogo, através dos novos meios de comunicação – como por ex. o Facebook – não
deram os resultados desejados e esperados.

 

Por isso, um pequeno grupo de Portugueses, com uma substancial experiência a vários níveis
e em diferenciados sectores da vida política, social e laboral na Alemanha, bons conhecedores
da Comunidade e ansiosos por mudar este estado de coisas, decidiu reflectir sobre a situação
em que esta mesma Comunidade se encontra.

 

O Grupo pretende enunciar o satuts quo, aproveitar sinergéticamente as estruturas que ainda
estão activas, procurar possíveis caminhos e apontar soluções, com outros agentes da
Comunidade, bem como com as estruturas oficiais portuguesas, presentes na Alemanha, com
o objectivo de implementar saídas para reverter positivamente a actual situação.
Não somos nem mandatados, nem porta-vozes de ninguém.

 

Apenas solidariamente empenhados e responsavelmente motivados para uma mudança
A Comunidade Portuguesa na Alemanha tem infalivelmente que se evidenciar e valorizar em
muitos sectores onde tem estado como que “ausente”, como por exemplo a Arte, a Literatura,
a Música, a Ciência e a Política, entre outros. Temos que tomar posições e decisões, se
queremos ocupar postos de importância. Após 50 anos de Emigração oficial, é tempo de
maturidade. Se não acendermos nossa luz, morreremos no escuro.

 

Os mais velhos – e este Grupo de reflexão - poderão ajudar a fazer a ponte entre o ontem e o
hoje. Mas terá que ser com os mais novos que deverá ser preparado o amanhã desta nossa
Comunidade.

 

ESFERAS DE ACTIVIDADE

 

Temos observado a existência de muitos desejos e de muitas ideias, mas que precisam de ser
analisadas, revitalizadas e acompanhadas. Mas faltam também iniciativas importantes em vertentes essenciais, para que a Comunidade se torne visível. Elas necessitam da nossa
própria iniciativa e actividade, bem como de apoio estatal.

 

Consequentemente e tendo como objectivo sintetizar o diagnóstico integral e sumário da
situação da Diáspora portuguesa na Alemanha, gostaríamos de novamente resumir e fixar as
seguintes imagens, para que se possa fazer um prognóstico claro e criar depois os alicerces
der uma consequente terapia.

 

As citadas “colunas de suporte” e de dinâmica da Comunidade Portuguesa “retrocederam
substancialmente”, ou simplesmente desapareceram.

Cresce a necessidade de “espaços de diálogo, de iniciativa, de trabalho comunitário, levando

em conta os problemas antigos e os novos que se levantam.

Paralelamente surge um novo tipo de emigração, com um outro substrato cultural e

profissional, mais actualizada e avançada, de nível superior.

O Estado Português parece estar mais consciente de que muitos actores e multiplicadores no

campo económico não possuem “mercado” no nosso país e que só poderão ter futuro no
estrangeiro, nomeadamente na Europa central.

 

Face a todas estas evoluções, necessidades e retrocedimentos, que, em termos de prognóstico,
apontam para uma desagregação da comunidade lusa, urge criar, em termos terapêuticos,
soluções que contrariem esta evolução negativa e preparem o terreno para as dinâmicas
necessárias.
Se os actuais órgãos da Diáspora Portuguesa se encontram em declínio, é pertinente criar
novas estruturas para garantir novas dinâmicas, que englobem respostas adequadas, para um
futuro mais promissor.
Quando os Consulados já “não podem, ou não estão no terreno”, quando os centros e
associações desaparecem, as missões católicas definham, novos emigrantes e novos desafios
surgem, urge unir esforços, cerrar fileiras, organizar sinergias e criar novas estruturas, mais
modernas, com novas concepções e mais dinâmicas.

 

Gostaríamos de enunciar os três sectores centrais de actividade para o futuro da nossa
Comunidade, onde existem grandes deficiências, ao lado também de enormes possibilidades e
potencialidades.

  1. Dinâmicas culturais e de ensino
  2. Vida associativa, actividades de carácter social e participação cívica
  3. Domínio económico e empresarial

Poderíamos começar por criar espaços de empreendedorismo, de iniciativa, de
acompanhamento e de concretização de actividades económicas, culturais e sociais, viradas
não apenas para as associações e centros, mas também para a sociedade alemã em geral.
Uma ideia seria a criação do que poderia ser chamado de:

 

ESPAÇO PORTUGAL – PORTUGAL CENTER

 

Na nossa opinião, deveria ter suas bases em grandes centros urbanos, fortemente económicos,

perto de comunidades portuguesas numerosas, com uma postura cosmopolita, assegurando
abertura e diálogo com a sociedade alemã.
Concretizando nossas propostas, enunciamos alguns dos vectores que depois deverão ser
aprofundados e desenvolvidos.

 

1. Dinâmicas culturais e de ensino

  • Espaço multifuncional para espectáculos e exposições.
  • Espaços dedicados ao ensino, à língua portuguesa e a cursos variados
  • DPG, ASPPA, Institutos, Associações, Imprensa
  • Artistas, criatividade artística
  • Dar visibilidade a personagens portuguesas importantes, da política, daliteratura, da indústria, da ciência, da arte e da cultura, na Alemanha.

2. Vida associativa, actividades de carácter social e participação cívica

  • Serviços Consulares, Conselheiros, Conselho de País
  • Missões Católicas, Serviços sociais
  • Políticos locais, estaduais e federais
  • Centros, Associações e outras formas de organização da Comunidade
  • Médicos, psicólogos e outros especialistas de expressão portuguesa
  • Preparação e acompanhamento do retorno e de reincerção em Portugal

3. Domínio económico e empresarial

  • Gastronomia, pastelaria, café
  • Especialidades portuguesas, supermercado, vinhos, azeites
  • Loja especial: boutique, roupa/tecidos, calçado, joalharia, vidro, olaria/porcelana, artes
  • Representação de bancos, seguros
  • ICEP, Associação de Empresários, de comércio, de indústria.
  • Espaço especial para projectos de lançamento de firmas portuguesas.
  • Propostas de Investimentos e de aplicação de poupanças em Portugal

Tendo em conta a conferência – via Skype – realizada com o Sr. Ex-Embaixador de Portugal
na Alemanha, Luís de Almeida Sampaio e com os senhores Alfredo Stoffel, Manuel Campos e
Mário Botas, na qual, pelo primeiro, foi apresentado um excelente diagnóstico da actual
situação da Diáspora Portuguesa na Alemanha e depois, num diálogo aberto, foram sugeridas
algumas soluções – aqui em parte resumidas – consideramos ser possível, num futuro a médio
prazo, motivar e operacionalizar a Sociedade Luso-Alemã, para receber no seu seio novos
membros/sócios, para, através dela, se criarem as condições necessárias para pôr o projecto
em movimento.

 

Tal objectivo poderá e deverá contar com o apoio da União Europeia, das autoridades
portuguesas, mormente da Embaixada, dos Consulados, do ICEP, da ASPPA, bem como de
associações e órgãos, que deverão ser conquistados para este desafio.

 

Alfredo Stoffel, Manuel Campos, Mário Botas.

MEMORANDUM ÜBER DIE PORTUGIESISCHE GEMEINSCHAFT IN DEUTSCHLAND

 

EINFÜHRUNG

 

Der Jahrestag der offiziellen Auswanderung portugiesischer Arbeitskräfte nach Deutschland, begann im Jahre 1964. Am 13.09.2014 fand in Köln zum Gedenken an den millionsten "Gastarbeiter" - den portugiesischen Armando Rodrigues de Sá - eine Initiative statt. Es war eine würdige und historische Initiative der Gesellschaft  für die portugiesische Gemeinschaft.

 

Dieses Ereignis wurde sowohl in der deutschen als auch in der portugiesischen Presse ausführlich und reichlich dokumentiert.  Es markierte einen historischen Wendepunkt in der Wertschätzung unserer Gemeinschaft in ihrer Vergangenheit und weckte den Wunsch, ihre Zukunft anders zu gestalten, um ihr gebührende Sichtbarkeit zu verleihen.

Auf dieser Art und Weise hat die GRI-DPA - eine Initiative von portugiesischen Bürgern, die ihre Gemeinschaft gut kennen, beschlossen, diese Aufgabe zu übernehmen.

 

VORANALYSE

 

Seit Beginn der offiziellen portugiesischen Auswanderung nach Deutschland im Jahr 1964 ist die portugiesische Gemeinschaft zunehmend heterogene geworden. Sie besteht nach Schätzungen des Statistischen Bundesamts aus rund 130.000 Menschen. Diese Gemeinschaft hat nie ihre Identität verloren. Sie gilt als „integriert aber in sich gekehrt“ und traditionsbewusst.

 

Die portugiesischen Emigranten galten anfangs als billige "Arbeitskräfte" mit geringer Schul- und Berufsausbildung. Heute eine hohe Zahl neuer Emigranten zu verzeichnen, welche jung, beruflich und intellektuell sehr gut ausgebildet sind,  jedoch auf der Suche nach einem Platz im Spannungsfeld zwischen Moderne und Tradition, im Rahmen der Migration mit einem europäischen aufgeklärten Bewusstsein.

 

Die älteren Generationen geraten zunehmend in einer Lage von Rückkehrern und Rentnern, werden aber als dauerhaften Bestandteil dieser Gesellschaft betrachtet. Ihre Kinder und Enkelkinder sind aufgrund des neuen Staatsangehörigkeitsgesetzes zum größten Teil bereits deutsche Staatsbürger, können jedoch auch die doppelte Staatsangehörigkeit besitzen. Obwohl sie stärker integriert sind, werden sie in der Öffentlichkeit kaum wahrgenommen. Alle diese "Gruppen" haben ihre spezifischen Probleme und Fähigkeiten, die im Moment schwer zu beschreiben sind.

 

Die türkische Gemeinschaft ist die zahlreichste, sie bekleidet öffentliche Ämter auf allen Ebenen (Bundes-, Landes-, Kommunal- und Regionalminister) und sie genießt enorme Sichtbarkeit in der Kommunalpolitik, in Parteien, freien Berufen, Kultursektor, in Presse usw. Dagegen haben die Portugiesen kaum Vertreter in Deutschen Ämtern. Das „portugiesische Gesicht" ist im öffentlichen Leben schwer zu finden in Deutschland. Zwar gibt es ehrenwerte Ausnahmen auf lokaler und regionaler Ebene, doch in Politik, Wirtschaft, Wissenschaft, Kultur oder Kunst, sind sie auf Bundesebene jedoch kaum bekannt.

 

Wir sollten ernsthaft daran arbeiten, diese „Sichtbarkeit“ zu fördern und die notwendige Unterstützung denen in unserer Gemeinschaft anbieten, die als Beispiel für Engagement und Integrationswille  in der deutschen Gesellschaft gesehen werden. Wir leben weiterhin ruhig und still im portugiesischen Mikrokosmos.

 

Die erstgenannten, "Stützpfeiler" unserer Gemeinschaft - Vereine, Verbände, katholische Missionen, Caritas, auch diplomatische und konsularische Strukturen sowie kulturelle, soziale, bildungspolitische Träger usw. - sind langsam zusammengebrochen, halten sich stark zurück, verlieren ihren Einfluss oder sind einfach verschwunden.

 

Somit ist die Unterstützung, der Rückhalt, der Enthusiasmus und die Ermutigung, die in einigen Bereichen unserer Gemeinschaft existierten, erheblich erschüttert. Die Hoffnung an einen Wandel zum Besseren verschwindet.  Insbesondere den dringenden Wunsch das soziale und kulturelle Niveau unserer Gemeinschaft "anzuheben", sollte von allen wahrgenommen werden. Damit die portugiesische Gemeinschaft wieder den Respekt erlangt, den sie verdient, braucht sie mehr „Sichtbarkeit“ im Rahmen von neuen strukturellen Grundlagen.

 

Die Tatsache, dass die portugiesische Gemeinschaft in Deutschland zahlenmäßig klein ist, sich territorial verstreut findet zunehmend heterogener wird lässt sich dieser Wandeln nicht leicht gestalten. Der portugiesischen Gemeinschaft fehlen Räume der Begegnung, für Dialoge und Initiativen. Die jüngsten Versuche, über die neuen Medien - wie Facebook - einen Raum für Dialog zu schaffen, haben nicht die erwünschten Ergebnisse gebracht.

 

Aus diesem Grund beschloss eine kleine Gruppe von erfahrenen Portugiesen in verschiedenen Bereichen diesen schwierigen Zustand zu ändern.

Diese Gruppe beabsichtigt die echte Lage darzustellen, aktive Strukturen zu nutzen, mögliche Wege zu suchen und Lösungen finden. Dies sollte in Zusammenarbeit mit Akteure der Gemeinschaft sowie mit den offiziellen portugiesischen Strukturen, um die gegenwärtige Situation positiv umzukehren.

 

Wir sind nur solidarisch engagiert und verantwortungsbewusst zum Wandel motiviert

Die portugiesische Gemeinschaft in Deutschland sollte sich in vielen Bereichen, in denen sie "abwesend" ist, wie z.B. Kunst, Literatur, Musik, Wissenschaft und Politik, zunehmend engagieren.

 

Nach 50 Jahren offizieller Auswanderung ist die Zeit reif geworden.

Die Mitglieder der ersten und der zweiten Generation vom portugiesischen Migranten zusammen mit dieser Reflexionsgruppe könnten dazu beitragen, die Kluft zwischen Vergangenheit und Gegenwart zu überbrücken. Die Zukunft wird jedoch eine Aufgabe der  jungen Generationen sein.

 

TÄTIGKEITSBEREICHE

 

Über die Jahre haben wir viele Äußerungen (Wünsche und Ideen) wahrgenommen, aber sie müssen analysiert und neu belebt werden. Aber es fehlt auch an wichtigen Initiativen in wesentlichen Bereichen, um die Gemeinschaft „sichtbar“ zu machen. Eigene Initiative, Durchführungswille sowie staatliche Unterstützung wären hilfreich.

 

Aus diesem Grund mit dem Ziel, eine zuverlässige Diagnose der Situation der portugiesischen Diaspora in Deutschland herauszuarbeiten, möchten wir die folgenden Bilder noch einmal hervorheben und festlegen, damit eine klare Prognose gestellt wird.

 

Die bereits erwähnten "Stützpfeiler" und die Dynamik der portugiesischen Gemeinschaft sind noch vorhanden, hoffentlich bleiben sie erhalten.

 

Der Bedarf an "Räumen für Dialog, Initiative und Gemeinschaftsarbeit“ wird immer größer.

Gleichzeitig zeichnet sich eine neue Art der Auswanderung ab, mit einem anderen kulturellen und beruflichen Background.

 

Der portugiesische Staat ist dessen bewusst, dass viele Akteure und Multiplikatoren im wirtschaftlichen Bereich keinen "Markt" in unserem Land haben und dass sie nur im Ausland, nämlich in Mitteleuropa, eine Zukunft haben können.

 

Angesichts dieser Entwicklungen, Bedürfnisse und Rückschläge, die prognostisch auf einen Zerfall der portugiesischen Gemeinschaft hindeuten, ist es dringend notwendig neue Lösungen zu schaffen, die gegen die negativen Entwicklung wirken und den Boden für die notwendige Dynamik vorbereiten.

 

Die derzeitigen Organe der portugiesischen Diaspora sind im Niedergang begriffen. 

 

Wenn Konsulate "nicht mehr vor Ort sein können oder sind", wenn Vereine und Verbände verschwinden, katholische Missionen dichtmachten, neue Auswanderer und neue Herausforderungen entstehen, ist es dringend notwendig, die Kräfte zu bündeln, die Reihen zu schließen, Synergien zu organisieren und neue, modernere und dynamischere Strukturen zu schaffen.

 

Wir möchten die drei zentralen Tätigkeitsbereiche für die Zukunft unserer Gemeinschaft auflisten, in denen es große Defizite gibt, zusammen mit enormen Möglichkeiten und Potentialen.

 

1. Kulturelle und pädagogische Dynamik

2. Vereinsleben, soziale Aktivitäten und Bürgerbeteiligung

3. Wirtschafts- und Unternehmensbereich

 

Wir könnten damit beginnen, Räume zu schaffen für Unternehmertum, für Initiative, für die Begleitung und Umsetzung wirtschaftlicher, kultureller und sozialer Aktivitäten, die sich nicht nur an Verbände und Zentren, sondern an die deutsche Gesellschaft im Allgemeinen richten. Eine Idee wäre es, etwas zu schaffen, das man so nennen könnte:

 

ESPAÇO PORTUGAL – PLATZ PORTUGAL

 

Unserer Meinung nach sollte der „Platz Portugal / Espaço Portugal“ ihre Stützpunkte im Zentrum von deutschen Großstätten haben. Der Raum Wirtschaftlich stark geprägt sein, womöglich situiert in der nähe von Gemeinden wo zahlreichen Portugiesen leben und zwar offene Leute mit kosmopolitischer Einstellung und bereit zum Dialog mit der deutschen Gesellschaft.

Konkret legen wir einige der Vektoren dar, die dann vertieft und weiterentwickelt werden sollten.

 

    1. Kulturelle und pädagogische Dynamik

Multifunktionaler Raum für Shows und Ausstellungen sind gefragt.

Räume die dem Unterricht der portugiesischen Sprache sowie verschiedenen Kursen gewidmet werden sollten.Mögliche Adressaten: z.B. DPG, ASPPA,  Institute, Verbände, Presse, Künstler, künstlerische Kreativität.

Auftreten von wichtigen portugiesischen Persönlichkeiten aus Politik, Literatur, Wirtschaft, Wissenschaft, Kunst und Kultur in Deutschland.

 

    2. Vereinsleben, soziale Aktivitäten und Bürgerbeteiligung

Konsulardienste, Berater, Elternräte

Katholische Missionen, Sozialdienste

Kommunal-, Landes- und Bundespolitiker

Vereine, Vereinigungen und andere Organisationsformen der Gemeinschaft (Ärzte, Psychologen und andere portugiesischsprachige Spezialdienste)

Vorbereitung und solidarisch Begleitung der Rückkehr und Reintegration in Portugal

 

    3. Wirtschafts- und Unternehmensbereich

Gastronomie, Bäckereien und Patisserien, Kaffee Lokale

Portugiesische Spezialitäten, Supermarkt, Weine und Olivenöl

Spezialgeschäfte: Boutique, Bekleidung/Tücher, Schuhe, Schmuck, Glas, Keramik/Porzellan, Kunst

Banken- und Versicherungsvertretungen

ICEP, Verband der Unternehmer, Handel und Industrie.

Beratungsstellen für Projekte zur Gründung portugiesischer Firmen.

Beratung für Investitions- und Sparvorschläge in Portugal

 

Im Hinblick auf die Konferenz - über Skype -, die mit dem Ehemaliger Botschafter Portugals in Deutschland, Luís de Almeida Sampaio, Alfredo Stoffel, Manuel Campos und Mário Botas, in dem zum ersten Mal eine hervorragende Diagnose der aktuellen Situation der portugiesischen Diaspora in Deutschland dargestellt wurde und dann in einem offenen Dialog einige Lösungsvorschläge gemacht wurden - hier teilweise zusammengefasst - halten wir es für möglich, mittelfristig die Portugiesisch-Deutsche Gesellschaft zu motivieren und operativ zu machen, neue Mitglieder/Assoziierte in ihr aufzunehmen, um durch sie die notwendigen Voraussetzungen zu schaffen, um das Projekt auf den Weg zu leiten.

 

Dieses Ziel kann und sollte von der Europäischen Union, von den portugiesischen Behörden, insbesondere der Botschaft, den Konsulaten, dem ICEP, der ASPPA sowie von Verbänden und Gremien, die für diese Herausforderung gewonnen werden sollten, unterstützt werden.

 

Alfredo Stoffel, Manuel Campos, Mário Botas.

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